KPI - Indicadores de Desempenho (parte 2)

19/03/2017

Este artigo é uma continuação do artigo KPI - Indicadores de Desempenho.

Tempo dos indicadores

Além das características qualitativa e quantitativa os indicadores possuem relação com o tempo. Indicadores com base de dados e memória de cálculo colhida são entendidos como causais, isto é, que dependem de valores presente e passados. Indicadores com base de dados e memória de cálculo que estimam cenários e informações são entendidos como preditiva, isto é, dependem de valores futuros e têm erro de estimativa associado.

Os indicadores são medidos / analisados em ciclos definidos pelo gestor em função do processo, demanda e obsolescência das informações. O processo rege a quantidade de informação gerada. A demanda tem capacidade de mudar o processo e criar exceções. E a obsolescência é relativa a capacidade do indicador de possibilitar conclusões válidas no momento em que se pode tomar ações de controle.

Indicador é meta?

Uma meta é um objetivo a ser alcançado. Nas empresas as metas estão relacionadas com rendimentos, salários, status e saúde da companhia. O número de metas batidas são a comprovação da sua expertise, isto é, vai para o seu currículo.

Um gestor que entende plenamente os seus indicadores pode converter um valor futuro de um indicador em meta. E trabalhar para fazer essa meta ser alcançada por ele ou equipe. Com essa argumentação, se conclui que um valor de um indicador pode ser uma meta, indicador-meta.

Exemplo: Quando um velocista pretende bater a meta: recorde mundial o indicador tempo permitirá a ele saber se está próximo ou não da sua meta.

O cuidado que se deve ter é se o valor do indicador usado como meta esta em pleno acordo com seu processo. Um indicador-meta que não corresponde ao processo gera desperdício e má qualidade.

Exemplo: Um veículo mede a distância somando a cada volta da roda o perímetro dela, o indicador seria ótimo se não houvesse momentos que a roda gira livremente por ação de lama. Esta falha na captação dos dados compromete a integridade dos dados em função do erro.

O paradoxo do indicador de segurança

Imagine que uma empresa pretende gerenciar a segurança e para isso estabelece indicadores. Como dito, indicadores qualitativos não são propriamente medidos. Para criar um indicador claro, que a equipe possa enxergar e se mobilizar fica determinado que a quantidade de acidentes em cada gerencia é um indicador.

Como previsto, uma meta é estabelecida: Acidente Zero. Mas se ocorrer um acidente a equipe que perdeu a meta tenderá a afrouxar as ações de segurança, para conter isso um limite gradual de meta é acrescido: Manter o número de acidentes sempre menor que no ciclo passado. O paradoxo está feito.

Segurança, sendo uma regra de ouro, não deve ser relativizada, mas quantitativamente ela é relativizada para que seja factível alcançar a meta de Zero acidentes. As complexidade de cada individuo ou fato são reduzidas a números que podem ser trabalhado até chegar aos níveis pretendidos.

A conversão de indicadores qualitativos em quantitativos pode ser feita, mas as análises devem ser tão abrangentes quanto as informações originais completas. Dessa forma, um indicador que tenha zero acidentes é ideal para uma análise quantitativa, mas não é definitiva em análise qualitativa que considera outras questões como nível de satisfação, risco associado à atividade, riscos futuros, etc. Assim o gestor deve sempre considerar isso nas interpretações e reações aos resultados. 

Nós próximos artigos serão apresentado alguns dos indicadores utilizados na manutenção industrial em empresas de grande porte no Brasil, técnicas de análise, exemplos em Excel de indicadores na forma de gráfico de pareto e técnicas para desenvolver o seu próprio indicador.

Escrito por Marcos Alcântara 

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